madrugada

Hoje as tres da madrugada, ele sai a procura de um abrigo e de respostas pois o dia havia sido uma porcaria de fato. ele abre a porta e ve a forte lebrina que faz, o frio faz sua respiração parecer uma fonte de fumaça, ao andar pela calçada ve pessoas que como ele sai sem rumo, em uma noite escura, enquanto a cidade dorme. Ele passa pelas praças e ve tudo vazio, sem ninguem. as pessoas da madrugada são frias muitos vão muitos vem sem perceber as vezes que tem mais alguem na rua. Andando pelas calçadas ele parece estar mais perto do inferno ou ate do ceu. Imaginando coisas sem sentido continua seu andar na madrugada fria, em uma cidade obscura e estranha aos olhos, o que fazer? Pensa ele e uma resposta não apareçe.

Seus olhos então começam a sair algo que não e muito familiar, a uma pessoa fria e dura de coração como ele. Enquanto caminha pela rua não imagina que as horas passam e tudo muda, ate as pessoas que um dia juraram que não iriam mudar. Sua solidão corroe as veias e tudo que há por dentro, enquanto isso a fumaça de algo de cheiro ruim o faz espirrar com o cheiro forte que faz,então ele dobra a esquina e ve uma realidade quase que de um inferno na terra, pessoas que fumam algo uma substancia que as fazem ficarem loucas e perder a noção da realidade.

Ele se afasta e continua seu caminhar lento ao ver todas as estaçoes de metro não pararem, ao passar por uma movimentada avenida tudo lhe pareçe estranho uma outra realidade uma vida sem valor, mulheres vendem seu corpo e chegam a se esfregar nele como se fosse apenas animais em uma selva humana, e ele ate pensa cade o amor? Ou a vida melhor? Ningem sabe onde foi parar, tudo desce como se fosse um enorme bueiro em uma rua que não tem fim.

As horas passam o sol começa a clarear aquele ate então ceu de trevas que ve uma vida sub humana aconteçer.

Ele volta a seu apartamento morrendo de dor como se já estivesse enterrado dentro de um sombrio semiterio, ao chegar ao predio ve uma enorme gargula que lhe faz medo ver, ao abrir a porta de seu apartamento ele pensa consigo mesmo:

De que adianta eu viver assim trabalho o dia inteiro e não dou férias a eu mesmo? A vida compensa ou estamos aqui somente para vegetar? Ou o mundo e apenas uma selva humana onde os homens são gananciosos e cheios de orgulho?

São perguntas sem resposta que nem o sabio mais sabio do mundo consiguiria responder. Esse homem vai para sua cama e dorme seu sono como se fosse a gargula na entrada do predio. Ele e mais uma estatua da cidade grande que mesmo que se movesse ele não fazeria a diferença pois o mundo e uma realidade dura e fria para os mais fracos.

Autor: jefferson belisario barbosa

(terça feira 13 de abril de 2010 16h e 42 min)